Nós Conhecemos a Deus?
- Fabio Junior de Oliveira

- 29 de ago. de 2024
- 3 min de leitura

Se me perguntassem hoje: Você conhece a Deus? Embora eu seja cristão e conheça a bíblia, minha resposta à pergunta seria:
“De qual Deus você está falando? Do Deus que É, ou do Deus que existe?”
Explico! O DEUS que É, nunca foi criado, ELE É, desde o princípio, desde antes da fundação do mundo e humanamente falando, ELE É DEUS justamente por ser incompreensível e insondável, o Deus que existe é construção humana, construído a partir de nossa percepção humana limitada, e quando falo que o DEUS que existe é construção humana, não estou dizendo que nós inventamos DEUS, estou dizendo que, o que de DEUS se conhece é construção humana, pois nossa capacidade de compreender os atributos de DEUS é limitada, justamente por nossas limitações humanas de linguagem, sentimentos, cultura etc...
Em suma somos seres condicionais e DEUS é ilimitado e incondicional ao contrário deste Deus que existe, que nós trazemos à existência, pois esse é cheio de condições, impostas por nós. Quão estranho é dizer que nós nos impomos a Deus, mas o fato é que o fazemos todos os dias.
Assim, quando falo que Deus é amor, eu uso minha concepção do que é amor, e nossa concepção de amor não consegue entender ou compreender a largura e a profundidade do amor de Deus.
Por nossa noção de amor ser limitada, nós acabamos por restringir o amor de Deus(no caso a nossa construção de Deus), àqueles a quem eu penso que são dignos do meu próprio amor, a questão aqui é: Nosso amor é restrito, nosso amor se pauta por condições de aparência, sexualidade, moralidade e o amor de Deus, do verdadeiro Deus é infinito.
Deste modo construímos um Deus, o Deus que existe, o qual só é capaz de amor aqueles a quem nós somos capazes de amar, o amor deste Deus não alcança os drogados, as prostitutas, os gays, os trans, os mendigos e tantos outros, mas o amor o Deus que É, e totalmente infinito e incondicional de modo que posso afirmar a seguinte frase(que não é minha mas concordo com ela):
“Não há nada que você possa fazer de tão hediondo, de tão sujo para fazer com que DEUS te ame menos, e estou falando de coisas realmente ruins ou nojentas aos nossos olhos, como matar, estuprar etc...
Sim! Pode parecer absurdo, mas o amor de DEUS alcança o assassino e o estuprador.
E para demonstrar trago aqui uma pergunta e um exemplo prático: Se você estivesse diante de alguém lhe espancando, lhe torturando e maltratando você amaria esta pessoa? A resposta é simples: Não!
A resposta é tão óbvia que já vi inúmeros crentes “dando testemunho” do que DEUS fez por elas, mas o testemunho não passava de um relato de vingança, mas se esquecem que ao ser crucificado Jesus, O CRISTO simplesmente amou seus executores e disse:
“Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem” Lc 23.34
Limitamos tanto o amor de Deus, que sempre que escutamos: “Deus é amor”, fazemos questão de corrigir a frase e dizemos:
“Deus é amor, mas é justiça”
E nesta frase além de limitar o amor de DEUS, estamos limitando e condicionando também sua justiça à nossa ideia de justiça.
Nossa ideia de justiça é a de punir o culpado, e a DEUS nada tem a ver com punição.
A Justiça de DEUS, tem a ver com restaurar a harmonia da criação, de restaurar todas as coisas à condição original do Éden, restaurar a igualdade entre os homens, de modo que nenhum de nós seja mais ou menos digno.
Da forma como construímos DEUS, nós inconscientemente não o adoramos por quem ELE É, mas pelo que ELE pode nos fazer, adoramos a DEUS por medo de irmos para o inferno, com medo de sermos punidos, e então eu pergunto: Isto é amar de todo o seu coração e de todo o seu entendimento ao Criador?
Desta forma fica claro que inconscientemente trazemos um outro Deus à existência, um Deus que é apenas parte do Deus que É, este Deus limitado por nós, não tem a mínima condição de ser um Deus verdadeiro já que Ele é submisso aos nossos desejos e vontades, já que Ele é militado à nossa percepção defeituosa de amor e justiça.
Com este texto, limitado e imperfeito, minha intenção foi somente fazer uma autorreflexão e fazer um convite a quem o ler:
Quero convidá-los a conhecer o amor do Deus que É, o EU SOU da bíblia, que ama incondicionalmente, e quando falo incondicionalmente é verdadeiramente sem impor condições, o DEUS cuja justiça não é um ato de vingança, mas o de tão somente estabelecer a harmonia em sua criação e fazer de todos, eu disse TODOS, igualmente dignos.
Que Deus nos abençoe!



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